É possível traçar paralelos entre a forma como consumimos entretenimento e boas práticas para uma produção própria de conteúdo atrativo
Televisões são tão populares que, muitas vezes, não enxergamos as inovações que elas podem trazer. Apesar de muitos brasileiros ainda assistirem – e muito – os canais pagos e abertos de televisão, cada vez mais o conteúdo por streaming tem ganhado o gosto popular. Basta pensar no enorme sucesso de serviços como a Netflix e o YouTube.
Uma reportagem da revista EXAME menciona que 75% das pessoas ao redor do mundo assistem várias vezes por semana a algum tipo de vídeo sob demanda, de acordo com pesquisa da sueca Ericsson com 23 países, inclusive o Brasil. No YouTube também se atinge grandes proporções: ao redor do mundo, assiste-se a mais de 1 bilhão de horas de vídeo diariamente, segundo o Google.
A indústria da TV ainda movimenta cerca de 200 bilhões de dólares no mundo, anualmente, só em publicidade. Mas, apesar da complexidade desse business, que envolve tecnologias de produção, transmissão, alcance e distribuição, ele tem perdido em um fator muito importante: a maioria das emissoras baseia sua programação apenas em grandes perfis demográficos, sem se especializar em nichos de público mais segmentados.
E, quando se trata de entretenimento e informação, segmentação é a palavra da ordem. Perde quem não corre atrás dessa tendência. Ted Sarandos, responsável pelo conteúdo do Netflix, declarou que as decisões sobre os investimentos da empresa seguem uma proporção de mais ou menos 70-30: 70% dependeriam dos dados; e 30%, da intuição. O que seriam esses dados que baseiam a maior parte das decisões da empresa?
Essencialmente, o comportamento e perfil do assinante. Dados como gênero, idade, localização, tipos de conteúdo que assiste, ajudam a gigante do entretenimento a pensar nas produções próprias e nos títulos a serem lançados na plataforma.
Se o fenômeno da personalização e outras revoluções midiáticas têm afetado até mesmo os poderosos do setor, por que não podemos extrair lições valiosas desse cenário para pensar na produção de conteúdo de um modo geral, inclusive para TVs Corporativas?
Então, vamos lá!
1. Crie conteúdos próprios
O exemplo do Netflix nos sugere que a coleta de informações sobre seu público e a análise de comportamento é a fonte de uma programação original, baseada em indivíduos.
A regra vale para as TVs dentro das empresas: estude seu público interno, faça pesquisas, converse com os colaboradores para entender quais necessidades diárias a TV Corporativa pode ajudar a sanar.
A partir desses dados, pense em como criar conteúdos que atendam ou superem essas expectativas e execute em sua TV. É possível personalizar toda a grade de programação a partir de softwares que permitem o upload de conteúdos em formato de vídeos, imagens e templates para sua tela.
Vale a pena manter uma equipe de criação – ou terceirizar o serviço – e ter na sua TV as mensagens, vídeos e campanhas que sejam a cara de sua empresa.
Aqui vão só algumas possibilidades de como aproveitar esse espaço:
- Notícias
- Gestão à vista
- Valorização do colaborador
- Treinamentos
- Campanhas institucionais
- Motivação
2. Atualize sempre sua grade de conteúdos
Ninguém se engaja com conteúdos repetitivos, que nunca são atualizados. À exemplo da Netflix, que está sempre inserindo novos títulos em seu acervo, inclusive com grandes produções próprias (só esse ano, o serviço pretende lançar 80 filmes originais), qualquer meio de comunicação precisa renovar seus conteúdos frequentemente.
As TVs Corporativas não fogem à regra. A rotatividade da programação é essencial para que não se perca a atenção dos colaboradores no dia a dia. Mas isso não precisa ser um problema, pois o processo de troca de conteúdos é bastante simples, por meio do software de gerenciamento da TV Corporativa. Basta fazer o upload de novos arquivos, e organizá-los na grade de programação, para passarem instantaneamente na tela.
A grande vantagem da comunicação digital é a facilidade que ela oferece para a criação de conteúdos inovadores e a rapidez para substituí-los sempre que necessário.
3. Faça as pessoas amarem sua marca
Eu ouvi brandlovers?!
Basta dar uma olhadinha nas redes sociais da Netflix para entender como é importante investir no relacionamento da marca com seu público. Eles dão um show de social media, e isso aumenta o entusiasmo das pessoas em relação às novidades e ações da marca. Na prática, isso se traduz em cada vez mais assinantes e promotores espontâneos do serviço.
Para conquistar o engajamento dos colaboradores, trabalhe muito bem seu branding com o público interno – a TV Corporativa é um poderoso instrumento para reforçar valores, conquistas e identidade de uma empresa. A lógica é simples: colaboradores que conhecem mais seu local de trabalho costumam ser mais motivados e felizes.
4. Entenda o que faz sucesso e o que não faz
Você sabia que a famosa série Marco Polo, que estreou em 2014, recebeu péssimas avaliações da crítica? Hoje a série é muito bem cotada, mas, na época, pode ter parecido um investimento ruim para a Netflix. Só com o tempo ela passou a entender melhor o que o público deseja assistir e, desde então, tem lançado muitas novas produções, com altos acertos.
Como entender quais conteúdos são eficientes? É normal ter essa dúvida quando se começa a usar um TV Corporativa. Mas para responder isso, somente com tentativas, erros e acertos. É na prática que você irá perceber o que mais funciona em seu ambiente.
Também é possível pesquisar previamente o que seu público espera da TV. Transparência da gestão, notícias, motivação? Vá entendendo as demandas e fornecendo conteúdos que as atendam.
5. Aja de acordo com os hábitos de seu público
Se você assina Netflix, provavelmente já reparou que a plataforma constantemente sugere títulos que podem agradá-lo, de acordo com o que você costuma assistir. Nossos hábitos de navegação são constantemente monitorados para gerar dados para as companhias. A prática é comum também para o Google, Facebook e demais gigantes da comunicação.
A audiência fornece dados valiosos sobre seus hábitos. Quem segue o comportamento do público para ofertar conteúdo aderente sai ganhando.
Mapeie os hábitos de seus colaboradores. Isso aumentará as chances deles verem conteúdo relevante na sua TV Corporativa no momento certo. Horário de almoço, do cafezinho, das reuniões, podem ser ótimos para se divulgar os conteúdos mais leves, como mensagens, notícias de Economia, Tecnologia, etc. Já durante o expediente, pode ser mais apropriado veicular dashboards de gestão e informações relativas ao andamento do trabalho. Não há regra definida, o importante é ajustar sua grade de programação ao timing correto.
Com o software de gestão da TV Corporativa, você pode definir exatamente a ordem dos conteúdos e o horário exato em que aparecerão na tela, bem como quantas vezes serão reproduzidos. Assim, é possível criar um padrão para cada horário e para cada setor onde estiverem instaladas as TVs.
Inclusive, se a empresa tiver TVs em vários departamentos, é possível fazer programações diferentes para cada uma delas, a partir do mesmo software. É uma ótima forma de se comunicar de forma segmentada, engajando desde os diretores até o chão de fábrica.
6. Estruture sua produção profissionalmente
Se a equipe de comunicação de sua empresa for responsável pela produção de conteúdo para sua TV, vale a pena investir na profissionalização das produções. Isso quer dizer que equipamentos e expertise podem fazer a diferença nos resultados de seus vídeos e campanhas.
Fizemos um post que dá dicas de equipamentos básicos e avançados para quem deseja se lançar na produção de conteúdo audiovisual de qualidade. Pode-se investir desde uma câmera até mesmo iluminação, microfones e tripés. A estrutura poderá ser usada para vídeos institucionais, treinamentos, mensagens do presidente da empresa, entrevistas e campanhas para sua corporação, dentre muitas outras possibilidades.
A vantagem é não precisar terceirizar a produção (o que representaria gastos frequentes) e aumentar as chances de seu conteúdo realmente estar alinhado à visão da empresa, pois uma equipe interna de endomarketing terá mais domínio para transmitir a cultura e valores da corporação nos materiais.
7. Descubra novos talentos
Nem precisamos dizer que a produção audiovisual independente hospedada pelo Youtube abriu portas para muitos novos talentos, não é mesmo? Hoje, qualquer pessoa com um celular tem chances de produzir um conteúdo viral e monetizar seu canal.
Que tal descobrir novos talentos dentro de sua empresa? Uma pessoa com uma história de vida de superação, por exemplo, pode fazer uma palestra motivacional. Ou alguém com uma habilidade de destaque pode dar treinamentos para os demais, e todos esses materiais podem passar na TV Corporativa. Incentive a criatividade no ambiente e poderá alcançar até mesmo mais engajamento, pois muitas pessoas adoram participar da comunicação interna.
8. Monitore sua audiência
Após pensar em tantos aspectos, é plausível que se deseje mensurar os resultados obtidos com suas TVs Corporativas. Como já mencionamos, o sistema da Netflix registra exatamente o que cada usuário viu, até mesmo quantos episódios de uma série e se ele começou a assistir e parou no meio.
Sua plataforma de gerenciamento de TV pode fornecer relatórios valiosos sobre o aproveitamento dos conteúdos. É possível até mesmo saber quantas pessoas passaram em frente a TV e olharam para a tela, por meio de sensores acoplados ao hardware. Assim, você terá a noção exata de retorno sobre o investimento e poderá refinar suas ações de comunicação.
Conclusão
Surpreendente a quantidade de exemplos que a indústria cultural pode nos fornecer, não é mesmo? Vale a pena olhar para além do universo corporativo para entender o que funciona com os espectadores, dentro de uma estratégia bem definida.
Teste essas dicas em sua TV Corporativa e volte para nos contar nos comentários a sua experiência!
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