Como alinhar sua empresa às tendências globais de Capital Humano
Como alinhar sua empresa às tendências globais de Capital Humano
Como alinhar sua empresa às tendências globais de Capital Humano

Como alinhar sua empresa às tendências globais de Capital Humano

Daniela Leite
escrito por
Daniela Leite
Tempo de leitura: 6 minutos

Conheça as principais tendências de gestão de pessoas de acordo com pesquisa que ouviu mais de 11.000 empresas ao redor do mundo!

Vivemos novos tempos para os empreendimentos e corporações. As mudanças globais, a tecnologia, a velocidade da informação e as demandas sociais e ambientais vêm moldando novas práticas e valores para diversas esferas da sociedade, e para os negócios não poderia ser diferente.

As novas gerações – os millennials – que representam, em alguns países, a maioria da força de trabalho e crescente público consumidor, são adeptas ao questionamento a respeito do comportamento vigente das corporações. É o que mostra uma pesquisa de tendências globais de capital humano de 2018 da Deloitte Consultoria, que ouviu mais de 11.000 empresas ao redor do mundo. Segundo ela, 86% dos millennials consideram que o sucesso de um negócio não deveria ser mensurado apenas por sua performance financeira, mas também pelos princípios econômicos e sociais que o guiam.

O modo como uma empresa se porta diante de demandas sociais, redesenhando sua estrutura de acordo com elas, ou não, influencia sua reputação e identidade perante sua comunidade externa (consumidores, stakeholders) e interna (colaboradores). Portanto, mais do que nunca, é aconselhável que as empresas deixem claro em sua comunicação qual postura pretendem adotar, o que torna a transparência da informação um diferencial. Certamente, o público está atento às ações e reputação das corporações para fazer suas escolhas de trabalho e consumo.

Nesse cenário, a comunicação empresarial assume um papel muito importante, pois permite o controle da narrativa e gestão da identidade. Vale a pena pensar nas melhores estratégias e veículos de mídia para utilizar no relacionamento corporativo.

A importância do capital humano

As empresas que focam em seus colaboradores e no ecossistema ligado a ela são chamadas de “Social Enterprises” (em tradução livre, “empresas sociais”) e têm mais expectativa de ser bem sucedidas. Na prática, essas empresas se importam em inovar na gestão de pessoas, nas formas de liderança, no seu papel social e buscam crescimento tecnológico sustentável. Isso é muito compatível com o momento pelo qual o mundo passa e, portanto, gera reconhecimento. Alguns exemplo dessas práticas são:

  • Bem-estar dos colaboradores (físico, mental);
  • Gestão horizontal e achatamento das hierarquias;
  • Retenção de talentos e valorização do capital humano;
  • Uso equilibrado das ferramentas tecnológicas;
  • Diversidade e inclusão de minorias sociais no time de colaboradores;
  • Equidade salarial entre os gêneros;
  • Lideranças globais e interconectadas;
  • Sustentabilidade e redução de impacto ambiental.

O posicionamento da empresa impacta não só a dimensão de seu público consumidor, como também a atração de profissionais qualificados. O colaborador atual busca experiências satisfatórias de trabalho e uma boa gestão de pessoas. A retenção de talentos, outro ponto importante, também é mais frequente em empresas que abandonaram velhos planos de carreiras e se tornaram flexíveis em cargos, recompensas e ascensão de carreira.

Além dos benefícios diretos de adotar ações de inclusão, igualdade, sustentabilidade, vimos que esses fatores compõem o branding da empresa e sua imagem. Portanto, aí está uma oportunidade para que os negócios se aproximem das expectativas do público, agreguem valor a sua proposta e criem times alinhados ao que se deseja atingir. Tudo isso é extraordinário para ser bem sucedido, e claro, valorizar ações no mercado e atrair investimentos.

Fique de olho nas tendências globais de capital humano! (Arte: Diana Coelho)
Fique de olho nas tendências globais de capital humano! (Arte: Diana Coelho)

Afinal, quais são as tendências globais de capital humano?

A pesquisa da Deloitte que citamos lá em cima nos trouxe vários insights sobre como a empresa ideal gerencia seus times e se porta perante a sociedade. Agora que você já sabe que é bom se ligar nessas tendências, dá uma olhada nas que chamaram nossa atenção:

1. A sinfonia dos C-levels

Sabe o que são “C-levels”? São as principais cabeças da empresa, os diretores de diversas áreas, a saber: CEO (o “chefe dos chefes”), CFO (o executivo das finanças), CMO (chefe de marketing), CHRO (executivo de RH), e por aí vai… Pode haver inúmeros “C”s dentro de uma empresa.

A recomendação da pesquisa é que sejam quebradas divisões e os C-levels trabalhem em conjunto, tornando seus times interdependentes e colaborativos (a tal da “sinfonia” do título). A ideia é buscar aproximar os times em prol da construção de uma rede dinâmica de equipes capacitadas e que praticam relações de troca.

Isso pode aumentar a expectativa de crescimento da empresa em cerca de 10%, segundo a Deloitte. Claro que a regra é válida não só para os diretores, mas para todos os líderes. Interessante, né?

Mas, não basta apenas essa ação, outros pontos também são necessários:

2. Fluidez e crescimento

Esqueça tudo que é “engessado”: funções de trabalho delimitadas, plano rígido de carreira, organogramas, burocracias. A tendência global é tornar as coisas mais fluídas, interdisciplinares, colaborativas.

Por exemplo, antes, um colaborador da área de Criação cumpria funções dentro de um escopo, na sua sala, e era cobrado por algumas tarefas diárias, às vezes, meio repetitivas. Hoje, nos novos moldes, ele pode trabalhar junto com outras áreas, como a Redação e o Social Media, para a entrega de um projeto específico. Ele não é mais cobrado pela “tarefa” individual e sim pela qualidade da entrega.

Isso muda as relações de trabalho, criando oportunidades de integração de áreas, junção de saberes e novas experiências.

A mobilidade interna (promoção de colaboradores) também sofre ajustes de acordo com as novas tendências. Agora, a forma como o colaborador contribui com a empresa como um todo e seu alinhamento aos valores da corporação podem levá-lo ao crescimento, e não necessariamente o plano de carreira tradicional. Mais do que o tempo que ele trabalha na empresa ou quantos níveis já subiu, a tendência global, segundo a pesquisa, é que ele seja promovido com base em suas habilidades interpessoais e por aspectos de seu perfil (abertura para horizontalidade, flexibilidade, colaboração, etc).

E o que retém o colaborador, além das chances de crescimento? O bem-estar no trabalho, é claro!

Importar-se com o bem-estar dos colaboradores é não só uma obrigação das empresas, como também um diferencial quando elas aplicam isso a programas e benefícios para o público interno.

Por exemplo, criar ambientes agradáveis, áreas de descanso, acesso a academia, meditação, plano de saúde, palestras, área de lazer, além de programas de atenção à saúde mental, psicólogos no trabalho – dentre muitas outras possibilidades -, não são ações superficiais, mas demonstram a preocupação com o capital humano. Lembrando que esses benefícios são opcionais a cada empresa, mas, em conjunto com salários compatíveis, horários flexíveis e outros fatores, podem atrair e fidelizar muitos colaboradores.

3. O papel da tecnologia

Nunca se ouviu tanto falar sobre Inteligência Artificial, robótica e automação do trabalho. Ao mesmo tempo em que trazem benefícios, agilizam as tarefas e facilitam o dia a dia dos colaboradores, o uso das máquinas e softwares levam a uma preocupação: substituirão o trabalho humano?

A pesquisa da Deloitte aponta que não. Tudo dependerá do gerenciamento da tecnologia para minimizar efeitos negativos da automação na força de trabalho. O redesenho dos cargos, valorizando as habilidades “humanas”, e não tanto “técnicas”, é um dos caminhos. Por habilidades humanas, são mencionados exemplos como a capacidade de resolver problemas complexos, habilidades cognitivas e sociais. Tais capacidades não podem ser substituídas por máquinas.

A tendência é, portanto, o equilíbrio entre tecnologia e trabalho humano, e a ênfase no desenvolvimento das soft skills, para gerar o máximo de benefícios para os colaboradores.

Dentre os processos automatizados pela tecnologia, o campo da comunicação interna é impactado pelas ferramentas digitais, sejam elas as mensagens instantâneas, as redes sociais corporativas ou diversas plataformas.

O ponto de atenção são os impactos dessas ferramentas na produtividade e nas relações interpessoais. A tendência é o gerenciamento dos meios digitais para serem focados em produtividade e aumentarem a colaboração e integração. Dessa forma, as ferramentas vêm, mais uma vez, para auxiliar as empresas, cumprindo um papel complementar ao trabalho humano e impulsionando o potencial da comunicação.

Bom, nesse post você viu que as tendências globais de capital humano passam por pontos como redesenho da arquitetura do trabalho, redefinição de processos e uso inteligente da tecnologia. A transparência da informação, tanto interna quanto externa, é essencial para a gestão da imagem da empresa e gera muitas consequências positivas.

Você quer aproveitar para conhecer novas formas de valorizar o capital humano de sua empresa por meio de uma melhor gestão da comunicação interna? Nos pergunte como!

Autor

Daniela Leite
Daniela Leite

Jornalista por formação, especialista em conteúdo, acredita no potencial da informação para transformar o mundo.

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