Design Thinking: encontre soluções inovadoras e engaje colaboradores

Carolina Reggiani
Tempo de leitura: 6 minutos

O Design Thinking nasceu de uma necessidade de acoplar o pensamento criativo com o foco em metas e resolução de problemas

O que é

O Design Thinking é classificado como uma abordagem prático-criativa, que estimula  a colaboração entre equipes multidisciplinares para a resolução de problemas. Ele não é um método, ou seja, não pode ser aplicado da mesma maneira a qualquer situação, e muito menos uma fórmula mágica.

Ele é construído sobre 3 pilares: as pessoas, os negócios e a tecnologia.

O primeiro pilar tem como objetivo central entender pessoas: suas culturas, experiências, padrões de comportamento e emoções. Essas informações são usadas como inspiração para resolução de um problema ou desafio proposto.

O segundo pilar mede a eficiência da solução – ela precisa ser viável economicamente e os custos serem menores que os gastos ao longo do tempo.

Por fim, o terceiro pilar é da tecnologia – a solução precisa se adequar à tecnologia que a empresa pode ter acesso ou possibilidade de desenvolver.

Ao separar o termo em duas partes, Design e Thinking, temos:

  • Embora Design esteja comumente associado a estética, o “Design” como disciplina preza promover o bem-estar na vida das pessoas;
  • Thinking se traduz na maneira de pensar.

Portanto, Design Thinking é o desenvolvimento do raciocínio em busca de soluções viáveis e eficientes, de forma empática às necessidades dos outros. Continue a leitura e entenda mais sobre essa prática muito benéfica para empresas e colaboradores!

O Design Thinking é composto por 3 pilares. (Arte: Juliana Polastri)

Para que serve o Design Thinking

O Design Thinking é utilizado para gerar insights e soluções para problemas complexos. Ao mapear experiências culturais, emoções, visões de mundo e padrões de comportamentos das pessoas, é possível ter uma visão mais completa e traduzí-la em uma solução criativa para o desafio.

Aqui estão alguns exemplos de aplicação do Design Thinking nas empresas:

  • Estratégias para engajar clientes

Existe uma maneira mais eficaz de abordar os clientes? Quais necessidades dos clientes podem ser supridas pelos produtos ou serviços oferecidos? Essas soluções estão sendo comunicadas pela equipe de vendas?

  • Soluções por parte dos gestores

Como engajar os colaboradores de forma mais eficaz? Existem novos processos que podem melhorar a produtividade das equipes? É possível melhorar a comunicação interna da empresa?

Saiba mais sobre como melhorar a comunicação interna em 4 passos.

  • Novas oportunidades de negócios

Algum produto ou serviço da empresa pode ser melhorado? Existe uma demanda dos clientes por um produto que a empresa ainda não oferece? A empresa pode desenvolver um produto inovador para suprir essa demanda?

O Design Thinking pode ser utilizado em diversas áreas para solucionar diferentes desafios.

E o que Design Thinking tem a ver com Endomarketing?

Uma das bases do Design Thinking são as pessoas e empresas são formadas por elas.

Os colaboradores formam equipes para encontrar soluções para os desafios propostos. Além de trazer inovações, reduzir custos e entender o cliente, o processo de solucionar um desafio gera benefícios para os próprios colaboradores, como por exemplo:

  • Senso de importância

Quando colaboradores participam das equipes de Design Thinking ou de sessões de brainstorm, sentem que suas opiniões são importantes e que estão fazendo parte de decisões da empresa. Isso faz com que vistam a camisa, já que estão sendo ouvidos e valorizados pelos líderes.

  • Fortalecimento das relações com os líderes

A comunicação horizontal proposta no Design Thinking gera a aproximação entre líderes e suas equipes. Como todas as opiniões e insights têm o mesmo peso, cria-se uma proximidade e uma espaço de livre fala e criação para todos os colaboradores da empresa.

  • Desenvolvimento da empatia

A empatia é importante para o desenvolvimento do ser humano e é uma soft skill cada vez mais procurada pelas empresas. O Design Thinking ajuda a desenvolver a empatia, seja pelo cliente ou pelo colega de trabalho.

  • Melhoria na comunicação interna

Os colaboradores passam a fazer parte dos projetos da empresa, portanto, estão cientes dos objetivos, metas e novos caminhos. Junto a outras estratégias de comunicação, como por exemplo a TV Corporativa – que pode disseminar as soluções propostas pelos núcleos de projetos de Design Thinking para todos colaboradores –, os ruídos de comunicação interna da empresa tendem a diminuir significativamente.

  • Sensação de dever cumprido

Ao encontrar novas soluções para desafios, os colaboradores têm um senso de dever cumprido. Essa sensação libera o hormônio dopamina, que torna o colaborador mais motivado e produtivo.

  • Fortalecimento do time

Quando colaboradores trabalham juntos para atingir uma meta ou solucionar um desafio, as equipes se tornam mais fortes e motivadas em busca do crescimento da empresa.

Veja aqui outras maneira de motivar os colaboradores.

Endomarketing: engajando os colaboradores com o Design Thinking. (Arte: Juliana Polastri)

O processo do Design Thinking

O processo se inicia com a identificação do desafio e a criação da equipe que trabalhará nesse projeto.

Não se preocupe em engessar o time, outros componentes podem ser agregados com o andamento do processo, e alguns podem participar apenas de algumas fases. Tudo vai depender da necessidade do projeto em questão. Lembre-se, no Design Thinking, nada está escrito em pedra.

Como o Design Thinking tem o objetivo de buscar soluções inovadoras, equipes multidisciplinares são encorajadas nesse processo. Pessoas de diferentes áreas da empresa, com diferentes backgrounds, experiências, valores e costumes, agregam ideias e insights que não poderiam ser alcançadas de maneira individual.

A partir daí, o processo pode ser dividido em principais 4 etapas:

  • Imersão: Aproximação ao desafio e às pessoas envolvidas para entender o contexto a partir de diversos pontos de vistas;
  • Análise e definição: Organização dos insights em busca de padrões e elaboração da síntese do problema;
  • Ideação: Geração de ideias e propostas de soluções;
  • Prototipação e teste: Auxílio na validação das ideias até se tornarem soluções.

Quando a ideia for financeiramente viável, tecnologicamente realizável e desejável pelas pessoas, ela se torna uma solução!

A seguir, veja mais sobre cada um desses passos destrinchados:

O foco do Design Thinking é encontrar soluções. (Arte: Juliana Polastri)

1. Imersão

Nesse primeiro passo, a pesquisa é parte fundamental do processo de Design Thinking. De forma preliminar, é necessário levantar dados, juntar informações já disponíveis e entender o desafio a partir de diversos pontos de vista.

Então, inicia-se a imersão. Nessa etapa, as pessoas são estudadas de forma empática: como é a sua rotina? O que elas fazem, pensam e sentem?

Com os dados coletados, criam-se cartões de insight, com reflexões ou conclusões preliminares. A forma de cartões (ou post-its) de diferentes cores facilitam a visualização e manuseio dessas informações.

2. Análise e definição

No segundo passo, os cartões de insights são organizados de forma a criar padrões ou encontrar uma lógica que auxilie na compreensão do problema como um todo.

Nessa etapa, uma síntese do problema é proposta, reformulando o desafio inicial a partir de novas informações e insights alcançados. Esse é o momento de definir os limites do projeto e público alvo. Não se esqueça que o Design Thinking é focado nas soluções. Ao em vez de tentar resolver todos os problemas de todos os clientes (externos ou internos), é importante definir o escopo do projeto: um problema específico de clientes específicos.

Outros desafios surgiram no meio do projeto? Isso é ótimo! Mas, a não ser que eles tenham ligação com o desafio em questão, podem ser resolvidos em novos projetos!

Essas primeiras duas etapas fecham o ciclo de entendimento do problema. Se informações complementares forem necessárias para propor soluções, elas podem ser adicionadas nesta fase.

3. Ideação

O terceiro passo inicia o ciclo da solução. Aqui, alternativas são propostas para a resolução do problema. Em um primeiro momento, tudo é válido. Ideias ousadas são bem-vindas e o senso crítico não deve inibir os colaboradores nas sessões de brainstorm ou co-criação.

Em outro passo, é necessário a análise e organização das soluções propostas (seguindo o conceito do segundo passo), filtrando as ideias que sejam mais desejáveis pelo público-alvo, eficientes e tecnologicamente viáveis.

4. Prototipação e testes

As ideias, então, precisam ser viabilizadas e validadas. A criação do protótipo de baixo custo, em um primeiro momento, auxilia no entendimento de como essa possível solução irá funcionar. Os primeiros protótipos podem ser feitos de papel e posteriormente integrados à tecnologia, à medida que os testes avancem.

O protótipo é testado em pequena escala. Esse é o momento de afinar a solução a cada teste. Mudanças podem ser feitas para se adequar ao público, aos negócios e à tecnologia.

A ideia funcionou? Ela é viável economicamente e é boa para os negócios? A solução para o problema foi encontrada! Agora, deve-se aumentar a escala e integrar à tecnologia se necessária.

Apesar de separadas para facilitar a compreensão, as etapas podem ocorrer em paralelo umas às outras. Por exemplo, se uma ideia surgir na fase de imersão, ela já pode ser prototipada enquanto novas ideias estão sendo geradas. Mais informações também podem surgir na fase de ideação, que deem um novo foco às soluções propostas. Após cada teste, o protótipo pode ser melhorado.

O importante é focar em soluções viáveis que resolvam problemas e necessidades das pessoas.

Conclusão

Além de trazer soluções inovadoras para empresas, como estratégias com os clientes e oportunidades de negócios, o Design Thinking é uma ferramenta importante de Endomarketing, em que os colaboradores se sentem parte das decisões da empresa e se tornam mais motivados e produtivos com equipes mais fortes.

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